segunda-feira, 22 de junho de 2015

Esse dia foi loko: Rolling Stones

Nashville é uma cidade grande e agitada, mas nunca, em 3 anos de visitas frequentes à capital do Tennessee, eu vi tanto movimento. Milhares de pessoas com camisas do Rolling Stones ocupavam as ruas e os bares da Broadway St. que, diga-se de passagem, faziam filas enormes, caso você quisesse comprar uma cerveja para ajudar a suportar o calor de 36 graus.
Perguntando de onde as pessoas vieram para assistir o show, escutei: Kentucky, Illinois, Ohio, Missouri, Louisiana, Minnesota, Canadá e diferentes cidades do Tennessee. Fiquei tentando colocar em perspectiva: uma banda que se tornou famosa nos anos 60 e se manteve famosa por 50 anos, lotando um estádio com capacidade para 69 mil pessoas, como é o caso do LP Field, em Nashville.

Rob e eu, no meio do mar de gente.
Quando chegamos ao estádio, o show de abertura já havia começado. Brad Paisley, cantor de Country que eu não conhecia até então, nos surpreendeu com uma participação muito especial. No meio de uma música, Paisley parou o show e se queixou: "eu não consigo cantar agudo assim... Tenho que chamar um amigo para me ajudar..." Foi nesse momento em que Joe Walsh subiu no palco e cantou uma de suas músicas mais famosas, Life's Been Good. Particularmente, adorei a participação do Joe Walsh, principalmente porque ele fez parte de uma das minhas bandas preferidas, James Gang. Por meio segundo, levei um susto quando todos ficaram enlouquecidos ao ver Walsh, pois acredito que James Gang não seja uma banda tão comum, a ponto de levar quase 70 mil pessoas ao delírio. Mas, logo em seguida, lembrei que depois de sair do James Gang, Joe Walsh fez parte de uma banda chamada Eagles, e seu primeiro álbum com essa nova banda foi Hotel California. Ops.
Brad Paisley, "not quite my tempo", mas fez um show ok, obviamente. Imagino que não chamariam um músico sem nenhuma qualidade para abrir o show da maior banda do mundo.

"Ladies and gentlemen, the Rolling Stones!"

Keith Richards toma o palco e já nos primeiros acordes de Jumpin' Jack Flash dava pra sentir o que viria pela frente. A gente sabe: Rolling Stones não é uma banda de surpresas. Compramos os ingressos para o show já sabendo o que esperar, inclusive. Eles usam uma banda de apoio, com backing vocals, saxofone, baixista, tecladista, mas a essência é a mesma: Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts. Eles não tinham que fazer muito para conquistar a plateia. Só tinham que aparecer, tocar as músicas que todos podem cantar junto, e aquele já seria um show memorável. Até nos momentos em que Jagger interagiu com o público, perguntando quem teria vindo de Knoxville ou Chattanooga para ver o show, pareceram ensaiados, mas quem liga? Eu não.
Mas foi após comentar que não iriam fazer diferente só porque estavam na cidade do Country e que iriam tocar um set normal, que veio o inesperado: Mick Jagger colocou um chapéu de cowboy e começou então Far Away Eyes, uma balada Country que a banda raramente toca ao vivo. Pra mim, esse foi o melhor momento do show. Eu amo Far Away Eyes e não estava esperando ouvi-la aquela noite. 

http://www.setlist.fm/

Foi um total de 20 músicas, com Keith Richards cantando duas delas, e Brad Paisley voltando ao palco para acompanhar a banda em Dead Flowers. Show impecável. Com certeza vai ficar na memória, pois eu nunca tinha visto os caras ao vivo, apesar deles serem uma das minhas bandas preferidas, com o plus: o Ronnie Wood, que fez parte de mais 2 das minhas bandas preferidas (Jeff Beck Group e Faces). Foi muito bom poder vê-lo, também.

Mas, como eu sou atleticana e nada na minha vida vem fácil ou sem sofrimento e drama, logo depois do show ter acabado, eu me perdi do Rob, no meio daquele tanto de gente. Eu, com todo o dinheiro, os dois celulares e sem carro, completamente ENEBRIADA, e ele, com a chave do carro, apesar de que havíamos estacionado tão longe, que tivemos que pegar um taxi para chegar no estádio. Coincidentemente, dois amigos que trabalham comigo estavam em Nashville naquela noite. Liguei para que eles viessem me socorrer, mas estava tanta confusão e engarrafamento, que eles não conseguiram chegar até onde eu estava e eu tive que andar até eles. Passamos quase duas horas dirigindo ao redor do estádio até decidirmos ir onde o carro estava estacionado. Era lá que o Rob estava. O pobre coitado andou até o carro, achando que eu seguiria a mesma lógica.
Fim de noite, fim da diversão e também do desespero. Estou pronta pra próxima!

Muah! 

3 comentários:

  1. Caramba!!!! No final do show quando estamos mais cansado. Kkkkk .Que bacana esse texto. O Rolling Stones vai passar por aqui com essa turnê em novembro. Espero ir vai ser sensacional. Já tive o prazer de assistir em 1995 aqui no Rio de Janeiro.

    ResponderExcluir
  2. Que legal a participação do Joe Walsh =D deve ter sido demais ve-los em Nashville! Pena que ele não tocaram mais show por aqui e ainda bem que vc conseguiu encontrar o Rob! haha San Diego tb ficou tomada por fãs dos Stones, muita gente "assistiu" o show de fora sem ingresso (inclusive eu hehe). Isso é que ter fãs fiéis! hehe

    ResponderExcluir
  3. Que maravilha Clara, aqui no Brasil estamos na expectativa de ter ou não o show deles, já os vi 2 vezes em 1995 no Maracanã, em 1998 na Apoteose e em 2006 na Praia de Copacabana.

    ResponderExcluir